terça-feira, 3 de setembro de 2013

Méliès e a Viagem à Lua

Mágico profissional, George Méliès viu no cinematógrafo (como o cinema era chamado) a possibilidade de aprimorar seus truques. Entre 1896 e 1914 ele produziu 503 filmes que evoluíram de temáticas ao ar livre, como a maioria dos cineastas da época, para temáticas fantásticas com inovadoras técnicas de filmagens. Com efeitos especiais, "descoberto" por ele (embora Thomas Edison já tivesse feito, foi Méliès quem aprimorou seu potencial narrativo) como fazer alguém desaparecer e aparecer de novo, efeito que se conseguia desligando e religando a câmera. 
Em março de 1837, inaugurou a primeira produtora cinematográfica. No estúdio Star Film, em Montreuil, ele testou diversos efeitos especiais.
Efeitos especiais testados, chegou a hora de por à prova. O filme obra-prima do francês Viagem à Lua (1902) foi a consolidação da geniosidade de Méliès. Trata-se de um grupo de pessoas que viajam até a lua, encaram seres lunáticos e voltam heróis a Terra; com efeito transição de cena e os adoráveis efeitos especiais, e diga-se de passagem eram realmente especiais para a época. Foi um dos primeiros filmes de ficção científica que se têm registro, e muitos pesquisadores consideram o filme a primeira animação da história por ter algumas cenas animadas. Além disso, ele assinou os primeiros filmes coloridos; com anilina diluída em água, pintou muitos trabalhos, fotograma por fotograma, à mão.
George Méliès era um visionário e tinha tudo pra ficar rico e reconhecido, não só na França, mas no mundo inteiro se não fossem os assessores de Thomas Edison que fizeram cópias ilegais e levaram para os EUA. Edison ficou rico e famoso e o francês foi à falência. Foi triste o fim.
Só não foi tão triste para nós que, apesar de muitos dos trabalhos terem sido perdidos durante os anos, Viagem à Lua ainda está ai para apreciarmos. E em 2002, completando cem anos, uma cópia foi descoberta na França, uma versão mais completa e colorida! O filme foi restaurado e exibido com uma nova trilha sonora.  

Viagem à Lua (preto e branco):


Versão colorida:






Fonte: Livro Arte em movimento - a fotografia no cinema; e Jeorge Pereira (que deu show na sua publicação sobre Méliès, e eu me inspirei)

:)

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